Já parou para pensar na quantidade de resíduo plástico que você produz? Esse, sem dúvidas, pode não ser um questionamento recorrente. Um estudo recente, feito pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWF), mostra que cada brasileiro produz 1 Kg de plástico por semana. Números podem servir de alerta, ao passo que impactam e nos ajudam a repensar os hábitos que levam a esse resultado.

As dimensões continentais do Brasil revelam seu poder de grandeza não somente em território. A mesma pesquisa aponta que ocupamos o 4º lugar como maior produtor de resíduo plástico do mundo – por ano são 11.355.220 milhões de toneladas – ficamos atrás somente dos Estados Unidos, China e Índia. Apenas 145.043 toneladas desse total são recicladas, ou seja, 1%. E mais: 2,4 milhões de toneladas têm destino irregular.

O combate a esse tipo de resíduo no mar é um dos principais desafios da gestão ambiental contemporânea. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, estima-se que 4,8 a 12,7 milhões de toneladas entraram nos oceanos em 2010 – o equivalente a até 4,6% de todos os resíduos plásticos gerados em 192 países avaliados.

Garrafas PET têm tempo de degradação superior a 400 anos e sacolas levam até 20 anos. O tempo corre, mas os rastros danosos se perpetuam por gerações. Tratar esse assunto tão delicado vai além de uma questão ambiental, que atinge a todo o ecossistema marítimo. Essa também é uma pauta social, de saúde pública e cultural.

O que polui, sem dúvidas, é o descarte incorreto. O tema merece lugar em debates, desde as rodas de conversa entre amigos, até a mesa do trabalho. População e governos precisam se atentar ao fato de que cada um possui sua parcela de responsabilidade para que a realidade mude.

Sobre praticar o descarte consciente de resíduos 

Praticar o descarte consciente precisa entrar na equação. Só assim o plástico deixará de ser um grande vilão. Em todo o país, são quase 80 milhões de resíduos sólidos por ano e iniciativas comuns, como separar o lixo e usar adequadamente os pontos de descarte, ainda são pouco praticadas.

Outros campos também precisam de atenção quando falamos sobre descarte incorreto de resíduos. Estimular o pensamento crítico em relação é fundamental. De fato, quantas vezes em nossas vidas paramos para discutir sobre este assunto? Esta pauta precisa estar enraizada em debates, que necessitam iniciar nas escolas e nos acompanhar por onde formos – a partir dessas verdadeiras chamadas para reflexão, na constância que merecem, veremos avanços no pensamento e hábitos da sociedade. Dados de 2018, da Organização das Nações Unidas (ONU), alertam: 99% dos produtos comprados são jogados fora dentro de seis meses. Para acomodar os 7,6 bilhões de moradores do mundo, suprir o uso de recursos e absorver o que é gerado, seria necessário 70% de outro planeta Terra.

Mitigar os impactos causados pelo consumo versus o descarte incorreto, com práticas ambientais básicas, é dever de todos. Planos e leis a respeito funcionarão em seus potenciais máximos, quando cada um se responsabilizar pelo que é devido.

Este artigo da Marca Ambiental foi destaque na Revista Ekletica